[LORE] A Jornada de Grenville

3 de Janeiro. Ultimamente, me pego sentado no piano até tarde, ainda assim meus dedos não tocam suas teclas. De todos os itens que salvei dos destroços, ele resistiu à erosão do tempo, onde tudo mais na minha vida não resistiu. Ao enterrar Genevieve e Simon, senti como se tivesse enterrado uma parte de mim mesmo - não há nada pelo que lutar, nada mais que a ilha guarde para mim. Mesmo a presença de um posto avançado eu acho irritante - o tráfego incessante de mercadores e animais indo e vindo nas estradas, esculpindo e dividindo o que eles podem cavar e arrancar da ilha.

Deve haver mais, outra coisa em que posso me concentrar. Temo viver aqui para sempre, sem rumo.Não sei por que a ilha não despertou minha esposa, meu filho, como fez com tantos outros. Talvez eles tenham se cansado da vida aqui. Cansado de mim, e não viam futuro nisso.

Eu posso nunca saber. Mas eu sei disso - se não estabilizar meus pensamentos acelerados, posso tentar encontrar o mesmo caminho que eles.

R. Grenville

17 de janeiro. Há alguns dias, recebi uma visita curiosa - uma francesa chamada M. Cartier, curtidora de búfalos -, mas mais parecia com uma caçadora, por estranho que pareça. Ela tinha ouvido falar de mim e do piano, então decidiu me procurar para ver por si mesma. Ela pareceu surpresa com minha disposição, mas não foi muito a fundo sobre isso. Senti que ela havia perdido alguém, mas está em paz com isso. Bastante atípico da minha parte, perguntei como ela havia lidado com isso.

Ela disse que a própria ilha a acordou. Alguns viram isso como um inferno, uma maldição, um purgatório - alguns como um paraíso, mas que ninguém realmente sabia sobre isso. Era a vida, disse ela, e a ilha gerou todo tipo de maravilhas para alimentar nossa curiosidade. "Não fomos os primeiros aqui", disse-me ela. "Outros estiveram aqui, você pode ver nas ruínas ao norte, as Grandes Esferas nas planícies. Esta já foi uma cidade, ao nosso redor."

Eu perguntei o que aconteceu com essa cidade e as pessoas antes de nós. Ela sorriu e disse: "M. Grenville, talvez você tenha sido trazido aqui para responder a essa pergunta."

Pensei muito nas palavras dela nos últimos dias. Procurarei essas estruturas e que sentido podemos dar a elas - é melhor do que ficar aqui e deixar que mais poeira se acumule nas teclas do piano.

R. Grenville

24 de Fevereiro. Consegiu um guia, um sujeito chamado Rolfe. Ao contrário dos outros, parecia destemido com as histórias de obeliscos e esferas - até mesmo os mortos entre as ruínas no cume. "Eles estão mortos, nenhuma vida sobrou neles", disse ele. "Não guardando nada, Yorick é tudo." Ele me disse que eu posso cruzar com um deles no mato enquanto caço, geralmente perto das grandes estruturas de pedra da ilha, como o farol ao sul. Eu perguntei se ele não estava curioso sobre eles, e ele deu de ombros - e disse que se eu tivesse, e eu tivesse como pagá-lo com moedas ou Azoth, então minha curiosidade era seu ganho. "Quem se importa com quem os constriu, desde que não sejam nada mais do que esqueletos agora - mortos e acabados é como eu prefiro, e prefiro não me juntar a eles."

Eu disse a ele que meu interesse estava nas esferas... e talvez neste curioso templo que ele mencionou ao leste.

R. Grenville

1 de Abril. A orientação de Rolfe provou ser verdadeira. O homem nos levou a uma das Grandes Esferas e disse que aqui poderíamos trabalhar sem interrupção. Ele também me apresentou a um antiga contramestre da empresa E. Stokes, uma mulher severa chamada "Maddie"(Madelaine), que lidera uma equipe de uma dúzia de trabalhadores que necessitam de emprego (The Stokes Company teve um fim infeliz quando seu complexo foi incendiado por rivais). Ela não parecia amargurada com a experiência, apenas desinteressada, e não tinha vontade de constriur mais paredes para serem queimadas.

A Esfera está parcialmente enterrada como as outras e exige que os homens cavem, mas Maddie nos garantiu que sua tripulação iria ajudar-nos se soubessem que ganhariam algo em troca- e eu tinha dinheiro para pagá-los. eu assegurei a eles que sim. A mentira tinha um gosto amargo an boca, mas vou descobrir um meio de pagá-los - o trabalho na Grande Esfera deve começar enquanto isso.

R. Grenville

15 de Abril. O Trabalho prossegue rapidamente. Tiramos o solo de debaixo da Grande Esfera, revelando a marca completa gravada na pedra.

Os homens de Maddie trabalham honestamente e diligentemente - eles trabalham com eficiência, o que é muito bom, pois não tenho certeza de quanto minha moeda vai durar. Maddie está mais preocupada com as provisões - a comida provou ser um desafio, pois os escoteiros precisam se distanciar cada vez mais do acampamento para caçar. Isso preocupou Rolfe, embora ele não tenha dito por quê. Ele costuma estar no perímetro, olhando para a floresta.

Mais curiosamente, Maddie afirma que já viu essas marcas antes, em esferas menores sendo vendidas em postos avançados. Ela disse que as pequenas esferas foram retiradas dos caçadores perto do Templo, a leste. Rolfe franziu a testa e disse que não foi no chão que encontraram as esferas, mas nas costelas dos esqueletos, como corações de pedra. Maddie parecia perturbada com a notícia, assim como seus homens. Questionei Rolfe sobre isso, mas ele se recusou a falar mais. Devo assegurar uma dessas esferas - depois de nosso trabalho aqui, talvez uma viagem ao Templo seja apropriada.

R. Grenville

17 de Abril. Um dos caçadores voltou, não com caça, mas com um estranho talismã de osso, gravado com marcas vermelhas - o vermelho poderia ser sangue, mas sua tonalidade era estranha e me lembrava as cores de outono de uma forma que não consegui explicar - toquei algo vermelho e úmido, mas não pude ver nenhuma mancha em minha mão. A sensação peristiu por algum tempo depois, como um gosto desagradável em meus pensamentos.

Quando o caçador mostrou a Rolfe, o temperamento de Rolfe explodiu - ele amaldiçoou o homem e disse-lhe para jogá-lo fora - "vai atrair outos", ele cuspiu - "os Withered os usam em volta do pescoço como coleiras", afirmou ele.

Não tinha motivo para duvidar dele, e sua reação foi tal que esfreguei minha mão onde havia tocado o talismã até que estivesse quase sangrando... mas ainda podia sentir em minha pele.

R. Grenville

Grenville não vê isso. Eu vejo. O Withered estará de volta para seu fetiche - precisamos terminar nosso trabalho aqui e seguir em frente. Talvez possamos lidar com um, mas quando chegar, eu não acho que virá sozinho - quando eles se juntam, são como gafanhotos, consumindo tudo e todos em seu caminho.

Sinto que eles estão nos observando, mas não sei o porquê. Eles estão esperando para ver o que os esforços de Grenville rendem com a esfera? Em caso afirmativo, esse é mais um motivo de preocupação. Se ele desbloquear seu propósito - eles poderiam de alguma forma fazer uso dele? E com que fim?

- Rolfe

... Grenville é como um cavalo com antolhos, mas um homem honesto e justo com os homens - talvez muito justo às vezes. Não sei o que ele planeja quando desenterrarmos essa pedra teimosa, mas o trabalho é mais seguro do que derramar mais sangue por uma gota de azoth.

Seu homem, Rolfe, é um sujeito astuto, mas preocupante, sua testa parece ganhar mais uma ruga a cada dia que passa. Seus olhos estão sempre na floresta, e ele pula a cada sombra e rachadura de um galho. A cada dia ele pressiona Grenville para saber quando podemos seguir em frente. Não é dos ladrões que ele teme, isso é certo.

Madeira e pedra nós temos em abundância, é o que precisamos. E vamos precisar ver algumas moedas de Grenville em breve, ou então o trabalho dos homens ficará lento.

- Maddie.

19 de Abril. Escrevo longe da escavação, mas estou vivo e devo contar o que aconteceu. Rolfe e eu éramos os únicos que conheço que conseguiram escapar. Estava quase anoitecendo, Rolfe me procurara - um dos guias havia desaparecido - não tinha abandonado, disso Rolfe tinha certeza - era outra coisa.

Seus instintos provaram ser verdadeiros, pois quando o crepúsculo começou a desaparecer, ouvimos um grito distante na floresta, depois o silêncio - então formas avistadas, curvadas, movendo-se entre as árvores. rolfe ficou com medo, mas para o crédito do homem, isso não impediu suas ações, e ele me empurrou para me mover. "Onde há um, há pelo menos dois outros que você não pdoe ver", ele sibilou para mim e, lutando contra minha hesitação, deixei o equipamento para trás.

Ilha amaldiçoada - essas coisas infernais procuram nos afastar do conhecimendo a cada passo!

-Grenville

Quaisquer que sejam os poderes que esses obeliscos tenham, os antigos de Aeternum fizeram uso deles - ou, mais provavelmente, os moldaram eles mesmos... mas com que propósito, eu não sei.

A vida cresce densamente ao redor deles, supreendendo flores azuis diferentes de todas as que eu já vi na ilha - e até mesmo uma flora infundida de azoth, que coletamos cuidadosamente.

Rolfe parecia aborrecido, desde o ataque ao local de escavação. Ele estava curvado no chão a um tiro de pedra do obelisco, olhando para ele como se estivesse ouvindo algo, segurando o frasco de azoth com o qual eu paguei... Tive de me dirigir a ele duas vezes antes que o sujeito saísse de dentro dele, ainda sem palavras.

Depois de se dirigir a ele de forma bastante ríspida... talvez mais cortante do que o merecido... Rolfe disse que sentiu o azoth... "cantar" na persença do obeliscmo, e não sabia o que fazer com ele.

Devemos continuar nosso circuito do anel de obeliscos, então deixar o espiral central para o final.

-Grenville

20 de Maio. Rolfe novamente expressou seus temores de que o azoth pudesse despertar aquilo que está adormecido em Aeternum.

O homem é um tolo e não tem coragem de continuar. Lembrei-o dos grandes campos da vida que floresciam ao redor dos obeliscos - se esse era seu poder enquanto os obeliscos dormiam, que vida poderia surgir se eles acordassem e como isso poderia ser apenas uma coisa boa? Nós mesmos não acordamos todos os dias e estamos melhor do que quando dormimos e não conhecemos nada além de sonhos?

Mesmo meus argumentos fundamentados não surpimiram a dúvida do homem. Ele ficou bastante animado, dizendo que eu não sabia o que poderia acordar no Espiral central... até os mortos, os esqueletos que circundavam o templo amaldiçoado, poderiam ganhar vida, se seus corações estivessem ligados a esta terra.

Suspeito que nossos caminhos logo se separarão, embora eu saiba que sua promessa de pagamento o mantém em minha sombra por enquanto. Se for preciso, vou mandá-lo embora, mas antes que ele vá, vou precisar de zeu azoth para o que planejo a seguir. Vou desvendar os mistérios daqui e lançar uma luz que vai queimar as dúidas e as sombras das mentes temerosas.

- Grenville

Não tenho orgulho do que aconteceu a seguir, mas não considero isso um pedido de confissão. Rolfe me recusou e não se separou do azoth que carregava. Expliquei-lhe, por fim, que tinha certeza da minha descoberta, mas não tinha os meios para testá-la com o obelisco central, mas com sua cooperação, poderíamos ainda iluminar os segredos da cultura que havia chegado antes de nós.

Ele ficou agitado e disse que iria embora ao amanhecer e voltaria para a casa de Renee e buscaria abrigo com a francesa - e levaria o azoth com ele. Ele falava de perigos desconhecidos se eu persistisse em meus esforços, até que eu me cansei disso e lhe disse que não queria ouvir mais nada.

Nesse ponto, ordenei que ele se separasse do azoth uma última vez. Ele balançou a cabeça e, antes que pudesse expressar sua recusa, eu enfiei minha faca em sua garganta. Eu sabia que isso não o mataria, mas não tinha mais uso para o seu corpo - era o que ele carregava de que eu precisava. Se ele queria ir, então que fosse. Seus ourtos pertences permaneceriam se ele enfrentasse a jornada novamente. Peguei apenas o azoth e fiz uma promessa de que, caso nossos caminhos se cruzassem, eu o recompensaria pelo uso - se Aeternum o deixasse acordar como fez com os outros.

Eu tenho uma tentativa - e farei isso no Espiral central.

-Grenville

[A página está parcialmente queimada] ... parece que Rolfe falou a verdade - o azoth ganha uma luz próximo ao obelisco, e eu posso ver um rendilhado de luz onde não existia antes. E o som - como um rugido, quanto mais perto se chega da pedra, como se algo estivesse enjaulado, esperando para ser libertado.

Meu caminho parece claro... se essas marcas forem tocadas com azoth, então talvez o obelisco revele seus segredos e veremos o que está dentro. E se minhas descobertas provarem...

[página queimada, ilegível]

[a página está queimada, mas parece que foi escrita depois de ser queimada, não antes.]

Minhas mãos tremem enquanto escrevo isso. Eu fui um tolo. Primeiro o Espiral, a grande luz... a luz cresceu acima de mim como o amanhecer de um segundo dia, e meu coração saltou de esperança - e novamente, quando vi as tochas ao longo da estrada principal florescerem em chamas azuis. Foi como se eu tivesse acordado a própria ilha!

Então... então um terrível silêncio do Espiral congelou no ar enquanto a luz que emanava dele saia, como se estivesse paralisado por tocar a Terra. Conefsso... Fui consumido por um pavor crescente, e fugi pela estrada, as chamas azuis guiando meus passos... como aconteceu, aqui, nas Ruínas do Templo de antes.

O Templo não era um santuário. As chamas azuis me chamaram aqui? O que quer que tenha ocorrido no Espiral, tocou aqui e também, despertando algo terrível. Eu vi o mesmo fogo azul que acendia as lanternas da estrada agora queimando dentro do peito das figuras esqueléticas que eu havia tomado como mortas... elas não estavam mortas, eu vejo agora, apenas dormindo. Agora eles caminhavam, as lâminas em punho, circulando o Templo com intenções sombrias. O que eu acordei?

Que os poderes de Aeternum tenham misericórdia de minha alma.

-Grenville